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'While you're trying, we're dying', citação do filme 'Boyhood', uma das sensações nos Óscares deste ano, um filme que nos desafia a compreender a vida. Se minutos antes, Mason, o miúdo que vemos crescer diantes dos nossos olhos durante 10 anos é chamado à atenção pelo chefe pela sua ineficiência, quase a chegar aos 18 anos tenta compreender o propósito de 'tudo isto'. É assim mesmo que se expressa 'tudo isto', a vida, presume Tommy, o pai, veste a pele e bem, Ethan Hawke. Num beco sem saída Tommy responde ao seu estilo ' sei lá', e se a início balbucia baralhado pela proporção inesgotável de uma simples pergunta, logo depois percebe, como pai deve-lhe uma resposta sincera.
'While you're trying, we're dying', exaspera o chefe do restaurante onde Mason trabalha, ao seu ritmo, sempre com a cabeça nas núvens e um olhar sonhador. Verdade seja dita, andamos todos a tentar qualquer coisa, e nem sabemos bem o quê ou a finalidade, mas insistimos e tantas vezes somos miseráveis nos caminhos que trilhamos ou que gostaríamos de trilhar.
Patrícia Arquette, e o papel de mãe, vê-se confrontada com o vazio, os miúdos crescem e é preciso soltá-los. Parece uma tarefa fácil. Depois de tantos anos a preparar-se para o grande momento de estar a sós com as paredes da sua casa, uma caminhada tão longa e penosa, vê-se sem propósito e no olhar perdido também se questiona o significado de 'tudo isto'. 'Agora aguarda-me a morte', grita melodramática e quase sorrimos, pelo exagero, palavras na boca de uma mulher charmosa e na ternura dos 40, a mulher que não escolheu ser mãe, mas que não poderia ser qualquer outra coisa.
É preciso sentir, lembra Tommy a Mason, apreciar cada momento, remata a sua nova colega de faculdade, mas sentados no deserto debatem-se com outra questão existencial; quando começa um momento?; Em que instante pudemos dar um momento como finalizado?
O momento é agora, basta desfrutá-lo.