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Não é a primeira vez, ouvindo conversas alheias entre machos muito machos, numa cerveja e outra afirmam 'eu até deixo que me ponham o dedo no cú, mas andar com ele lá às voltas é que não!'. Fala-se da magistral 'enrabadela' a que está sujeita a classe trabalhadora portuguesa, na sua maioria. Usam-se ainda analogias como 'ao menos ponham-me vaselina' ou em muitos casos, e assumindo a derrota expressam o pesar, ' bolas, a seco e ainda por cima atiraram com gravilha'. Subjugação pura a de quem perde uma guerra com as calças na mão e o cú ao léu.
Benjamin é o meu gato, um bicho bonito e meigo. Em tempos, solteira, jurava que à noitinha enquanto eu dormia o bichano transformava-se em Ryan Gosling, e às primeiras horas do dia voltava a ser Benjamin, o gato. A fantasia era isso mesmo, porque no âmago desconfiava, o meu bicho é uma 'grande bicha'.
Como haveria de ficar mal vista perante o veterinário! Esqueçam tudo o que escrevi anteriormente sobre o meu gato, conheci uma faceta que para a lembrança deixou-me duas valente arranhadelas junto ao peito. Benjamin não é dos tais que anda por ai a deixar que lhe ponham o dedo no rabo e foi tão veêmente na sua convição que nem o termómetro lhe chegou perto.
Reserva assim a sua 'mariquice' para o nosso ninho, deitado no seu colchão favorito (eu) no tom confessional não cessa horas a fio um ronronar que me embala ao mais profundo sono. Quem sabe haja mesmo um Gosling a visitar-me durante a noite, quem sabe.
Mas antes de adormecer a terrível pergunta:
- E tu Ryan, deixas que te ponham um dedo no rabo? E andar com ele lá dentro à volta?