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Fotojet é um editor de imagem on line. Descobri-o recentemente quando procurava uma solução habilidosa para construir um cartaz apelativo. Até ao momento o Pixrl havia sido o meu editor on line por excelência. Depois de testar as mais valias de um e outro, dependendo o objectivo faço a minha opção. É um facto que o Fotojet está claramente a ganhar pontos na abordagem a templates para as redes sociais apresentando extruturas diversas para um resultado quase profissional. O Pixrl tem filtros para todos os gostos e feitios, efeitos de luz e imagem, molduras e 'lettering' criativos mas o fotojet também tem isso tudo. A escolha é cada vez mais renhida. Por agora não vem mal ao mundo usar as duas e usufruir do que cada uma tem de melhor.
Desde a série 'O Sexo e a Cidade' e o episódio em que Burger revela o hábito de guardar todas as cartas soltas que vai encontrado espalhadas em NY, reconheci uma espécie de colecionadores nunca antes vista. O personagem, aos primeiros episódios gera simpatias, em pouco tempo percebemos estar diante de um homem que não joga com o baralho todo. Poderá esse facto justificar uma busca inusitada pelas cartas deixadas em bancos de jardim, passeios ou canteiros? A moda tomou conta das redes sociais mesmo que num núcleo restrito, nunca acreditei na veracidade dos posts. Ao que parece há gente a espalhar baralhos ao vento, considerando o número de pessoas que casualmente as encontram. Isto mudou no dia que encontrei na praia fluvial de Serpins, algures no piso revolto do parque de estacionamento, a minha primeira ( e até ao momento única) carta. Parecia estar mesmo à minha espera, já muito pisada e moída pelos grãos de areia, um rei. Podia ser outra carta qualquer mas o que me estimulou neste encontro casual foi a importância da carta, um rei, e o impacto que esse achado teria na minha predisposição para acreditar. Dizem-me que é apenas uma carta perdida junto a um parque de campismo mas eu acredito que o rei estava à espera de mim, para lhe tirar a poeira, estimar e guardar junto de outros amuletos da sorte. Junto-o ao Expedito, o rei encontrou um trono improvisado na minha secretária. Ombreando, lado a lado o santo e o rei olham por mim, sem que nenhum queira sobrepôr influências.
E., amiga de longa data, o mais próximo que me ficou na categoria 'amigos de infância'. Já conheci E. mulher feita mas como levei muitos anos a crescer, julgo que o preço a pagar pela falta de maturidade terá resultado no desaparecimento de amigos e conhecidos, num passado dolorosamente presente. Como se o meu mau feitio tivesse o poder de subtrair seres humanos, e uma diferença fundamental, nos truques de magia a pessoa desaparecida reaparece no fim para um encerramento triunfal. Das minhas manobras apenas E. resistiu, e embora a própria tenha um feitio desafiante, noto que guarda a nossa amizade com a mesma dedicação e retidão como respira. Falamos muito sobre desenvolvimento pessoal e atribuimos uma a outra tantas qualidades que às vezes não reconhecemos quando nos vemos ao espelho. O reflexo nem sempre é lisonjeiro, buscamos a perfeição, detestamos o erro mas sabemos, é à custa de algumas falhas que temos construido a solidez numa amizade muitas vezes à distância.
Quero-te na minha vida E. Por favor não desapareças, como por artes mágicas, porque no fim do acto não tenho o poder de te fazer regressar a palco. Que triste seria um número assim.
Bem sei, testo os nervos do meu homem, diariamente. Ele resiste e com uma nota exemplar vai passando cada uma das provações. Nunca sabe ao certo que mulher dorme com ele na cama, ou quem vai encontrar quando chega a casa e mesmo assim acolhe-me sorridente e de lábios cálidos, tranquiliza-me. Às vezes debate-se, sozinho, o que mais pode fazer para me ajudar?! A maior parte das vezes sente que falha redondamente, eu choro sem que encontre explicação plausível para tal pranto, mas é quando ele me faz rir e rebolar à gargalhar ou mesmo sorver o sal das próprias lágrimas, muco e ranho, que sei ter descoberto a tampa para o meu tacho. Depois dos momentos de doçura noto o horizonte alarga-se, há tampas e os tachos acumulados, gordurentos, esperando que arregasse as mangas e lhes dê o devido andamento. Oiço um estrondo bruto, replica-se durante alguns segundos, corro sobressaltada e vejo-o a segurar a máquina de lavar roupa que ganhando vida própria dá dois pulinhos no ar. 'Tem calma contigo, pá' grita-lhe segurando-a pelas extremidades como quem detém um toiro enfurecido. Não consigo conter a gargalhada histéria, descontrolada. Como se um mal não bastasse, tem duas situações em mãos, máquina vs mulher, ambas à beira de um ataque de nervos. 'Tem calma contigo, pá', repete. Não é fácil a vida deste homem, não é, não.