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A. não me vê há algum tempo, sabe que não é nada pessoal, gosto de ficar no meu canto. Digo-lhe que só estou bem deitada, no escuro, onde ninguém me possa ver, mas talvez não seja bem assim. A minha tez é pálida, mas nos últimos tempos, porque não dizê-lo, doze meses, a minha pele tem andado bem mais exposta do que era costume. Antes, refugiava-me entre as paredes de um estúdio, falando para um número indefinido de anónimos, hoje o céu é o meu telheiro, faça sol ou chuva, nada me detém em casa.
Com isto admito que tenho vindo a mentir a A.?
Não, pelo menos conscientemente.
Ela lê-me, sabe que nem sempre o que digo se escreve, e por isso apanha-me na curva, com quem deixa bem claro que não anda a dormir:
- 'Estás com mais sardas'.
E estou sim, o sol marca-me a pele, a chuva, também, assim como os sorrisos e os choros. A. sabe e respeita. Obrigada.