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Molko e o gato branco

por Cláudia Matos Silva, em 29.12.14

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Brian Molko 

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publicado às 18:26

2015 o ano das incertezas

por Cláudia Matos Silva, em 29.12.14

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Aos 17 anos eu sabia o queria, quase a mesma coisa quando tinha 7 ou  27. Uma miúda cheia de certezas, tantas que tombaria um pouco aos limites da basófia, perante os que se perguntavam sobre o futuro. Não sabia ao certo como concretizar tantas certezas, mas permaneciam; absolutas e indiscutíveis.

 

Aos 7, M. falava de mim como uma mulherzinha, usava os meus óculos de massa, por isso seria a 'oculista cristal d'ouro' para os putos da rua, mas o melindre não toldava as minhas certezas. Aos 17, M. dizia a toda a gente que o seu rebento, tão cheio de certezas, já havia chegado perto do que seria uma profissão no futuro. Aos 27, M. tinha uma ruga entre os olhos, e camuflava tal arrelia com questões quotidianas, mas eu sabia que parte daquele vinco na sua pele se devia à inquietação que lhe atravessava o coração, cada vez que pensava no meu futuro.

 

Aos 37, tenho uma conversa séria com M., digo-lhe que todas as minhas certezas se reduziram a pó durante este ano e que na verdade não faço ideia do que ando aqui a fazer, nem sequer do que almejo para amanhã, quanto mais para daqui uma semana, um mês ou um ano. M. toma victan, uma e outra vez, cada vez que me ouve pelo telefone, vai mais um victan, se está comigo, viro contas, outro victan. M. está ralada comigo e por outro lado, a mim, dá-me a sensação que nada me rala. 

 

publicado às 18:00

Buscando eternamente um propósito

por Cláudia Matos Silva, em 24.12.14

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'...I'm trying to make some sense out of the phrase «everything happens for a reason», and I think I've figured out the reason is - to piss me off.

 

When I started school I thought that people in sixth class were so old and knowledgeable, even though they were no older than twelve. When I reached twelve I reckoned the people in sixth year, at eighteen years of age, must have known it all. When I reached eighteen I thought that once I finished college then I would really be mature. At twenty-five I still hadn't made it to college, was still clueless and had a seven-years-old daughter. I was convinced that when I reached my thirties I was going to have at least some clue as to what was going on.

 

Nope, hasn't happened yet.

 

So I'm beginning to think that when I'm fifty, sixty, seventy, eighty, ninety years old I still won't be any closer to being wise and knowledgeable. Perhaps people on their deathbeds, who have had long, long lives, seen it all, travelled the world, have had kids, been through their own personal traumas, beaten their demons and learned the harsh lesson of life will be thinking: God, people in heaven must really know it all.'

 

«Love, Rosie» Cecelia Ahern 

publicado às 17:18

Onde mora a beleza?

por Cláudia Matos Silva, em 23.12.14

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A fotografia tem sido um escape. Num ano em que tudo resolveu correr mal, ou talvez lhe chame 'o ano da provação' está bem, diz que aos ciclos de sete em sete, somos inevitavelmente contemplados com um 'ano de cão', evadir-me pela natureza foi do melhor que 2014 me ofereceu. Noto a estranheza que os demais me observam, em redor dos detalhes ignorados, mas captá-los deu-me um certo rumo a prosseguir, porque a fraqueza parece sempre à espreita atravancando o meu caminho.

 

O instagram não é uma plataforma de fotógrafos, mas como não me considero um, uso-a como complemento do meu olhar sobre as 'bonitezas' que nascem, crescem e florescem em nosso redor. Se comecei com 'o pior telemóvel do mundo', passei para um tablet muito 'Bling Bling' e o que sempre tive, visão, um sentido que não se enaltece com máquinas de alto gabarito. A verdade é que saí hoje pela primeira vez com uma Canon nas mãos.

 

O pai natal, atrevido, meteu a chave à porta de minha casa e num embrulho mal jeitoso prometeu um 2015 de franca progressão. Peguei desajeitada na Canon, e sem mãos para tanta precisão técnica, não me inibi e apontei-a. A beleza mora onde a quisermos ver, nos nossos sentidos, na perspectiva que temos das coisas. 

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publicado às 20:31

Este ano, o pai natal vai de tanguinha

por Cláudia Matos Silva, em 22.12.14

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Dado aos acontecimentos dramáticos das últimas duas semanas, escudei-me de toda e qualquer forma de ligação virtual tentando sarar algumas feridas que levarão o seu tempo a cicatrizar, mesmo assim ficou-me um pouco de sentido de humor. Se neste natal, no meu sapatinho já chegou com aviso de recepção um amantíssimo vale replecto de bonito palavreado a ditar a minha sentença, o digno título de desempregada, é certo que o senhor das barbas brancas com toda a sua boa vontade irá aparecer no meu doce lar, mas de tanga. Terei para lhe oferecer um cobertor polar e algum conforto, porque nestes tempos frios, de temperatura e humanidade, resta-nos sermos para os outros, o que não foram para nós. Não o digo por ser natal, nem sequer cito a biblía 'jesus dá sempre a outra face', mas até os que têm como leitura de cabeceira Nicholas Sparks conseguem perceber que a maldade e vingança nunca trouxeram nada de benéfico. Sejamos, por isso, genuinos, sem presentes e laçarotes repolhudos, mas a singeleza de um sorriso nos lábios.

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As ilustrações da Isabel Carretas, conheci-a na Tasca das Almas aos Anjos, dão uma ajuda valente, retocando o nosso sentido de humor a lápis de cor, para que as nossas fraquezas de hoje, sejam o que nos irá suportar e tornar mais fortes no futuro. Façam a vossa encomenda on-line e espalhem esta o amor, com pinceladas de algum escárnio, em tempos que serão de mudança. 

 

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publicado às 20:33

O natal é no palato

por Cláudia Matos Silva, em 09.12.14

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 Esperar um ano inteiro por uns biscoitos, para quem se recusa a ficar numa fila como para o Santini, é doloroso. Um ano inteiro a sonhar com os biscoitos da Hussel, chegam em Novembro e em Janeiro pura e simplesmente desaparecem do mapa. Há quem diga, sabem a um bolo tradicional da madeira, a mim sabe-me a natal, e mais não preciso dizer. A magia dos sentidos, nem luzinhas intermitentes das varandas dos vizinhos ou 'pais natal' farçolas pendurados ao parapeito, tudo é bem mais simples com o veludo do biscoito da Hussel, o mel suaviza a mistura de especiarias. Espesso,  mole e crocante, tudo ao mesmo tempo, enquanto o palato se refaz dessa experiência orgasmante. Não o natal não é quando uma mulher quiser, mas uma vez por ano quando a Hussel repõe o stock das exóticas bolachinas, excelentes para a mesa da consolada acompanhando um vinho quente. 

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publicado às 21:28

Feira do rego

por Cláudia Matos Silva, em 09.12.14

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Já assumi a minha paixão por feiras urbanas, e só para variar experienciei pela primeira e possivelmente última, uma feira dos ciganos, algures para os lados do Feijó. Poderia escrever-se um livro só de pregões, e a imaginação daqueles vendedores é tão literária que deveríamos dar-lhes todos os créditos. A feira dos ciganos é mais que uma simples feira, é um espectáculo completo versão 'low cost'. Já na ladra, e mítica feira lisboeta, regalo-me não só com os artigos mas com as diferenças entre os vendedores. Desde estudantes, a doces velhinhas que se percebe, estão ali pelo convívio, até aos vendedores estilo 'aventureiro', dispensam a troxa às costas e do bolso apresentam-nos anéis de ouro, subtraídos a um incauto. Não há pregão na ladra, mas há regos, muitos, lembrando uma qualquer excêntrica exposição de Wharol, vão-nos surpreendendo, regos, tantos. É o rego da menina e do menino, boxer lasso ou asa delta, dispondo os artigos no chão, os vendedores entregam-se como numa missão e não pensam duas vezes na hora de, enfim, dar o rego ao manifesto.

publicado às 21:15

O gatinho do pequeno Joe

por Cláudia Matos Silva, em 09.12.14

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Joe Dallesandro 

 

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publicado às 11:33

O 'flirt' pornográfico

por Cláudia Matos Silva, em 09.12.14

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Há dias de flirt pornográfico, se isso me faz tão bem ao ego, e tão mal à carteira. Bebo o segundo café do dia, numa esplanada onde reside a esperança, é desta que termino o ultra-fino 'Timbutko' de Paul Auster. Bastam pouco minutos para a certeza de um plano gorado. Sinto-me tentada, em frente a toda a gente, eu a despudorada, naquele enamoramento tão explícito. Estarei a ser observada, mas inconsciente, observo. Não há condições para pegar no livro, abandonado em cima da mesa do café. No telemóvel mais uma ou duas fotos no instagram, espreito as indescrições no facebook, mas o meu sentido teima. Levanto-me e vou directo ao alvo do meu desejo. Um pequeno luxo, ofereço-me os lindos Adidas que da montra continuam a acenar-me, desavergonhados. Se eu mereço, é pergunta inevitável a que um sim gigantesco ecoa desde a ponta do cabelo à unha do pé. Hoje eu mereço, e aproveito a campanha porque amanhã é outro dia e, há por certo, numa qualquer esquina aguardando por mim aquele terrível sentimento de 'imerecimento' que atravanca o caminho dos que estão sempre a pedir desculpa por ter nascido.

publicado às 10:59

Make love & crochet, not war

por Cláudia Matos Silva, em 03.12.14

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Cada peça que executo em crochet está longe de ser uma obra de arte. Na verdade consigo ver-lhe os defeitos quase a olho nú, mas insisto em comprar novas linhas, juntar novas texturas e cores, não com o objectivo de chegar à perfeição, mas de me entreter. Quando faço crochet sinto uma paz interior tão  intensa que tenho recomendado a tanta gente o mesmo bálsamo. Muitos dizem-me que adoravam, mas não têm jeito, mas é impossível haver criatura com menos tino nas artes manuais que eu. Das peças trocotadas pelas minhas mãos, muitas com um destino certo, e até ao momento as pessoas têm tido a extraordinária generosidade em aceitá-las. Para já foi a fórmula encontrada para me equilibrar em dias que não têm sido de grande paz ou harmonia interior. Este natal, toda a gente vai receber os meus crochet's como extenção do meu afecto e dedicação. Não quero elogios, apenas que as acolham bem porque sairam das minhas mãos e há em cada uma dessasas imperfeições, um jeito muito meu, de continuar a agarrar-me à vida.

publicado às 22:13

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